Meu filho tem dermatite atópica: e agora? 10 dicas para lidar com a doença

A dermatite atópica é uma doença crônica, ou seja, não tem cura. Sua origem é hereditária, o que quer dizer que pessoas com histórico familiar tem até 3 vezes mais chance de desenvolvê-la.

É uma patologia que acomete cerca de 20% das crianças a partir dos 3 meses de idade, que podem levar essa condição até a fase adulta.

Os Principais sintomas dessa afecção são:

  • Coceira intensa;
  • Vermelhidão;
  • Inchaço;
  • Pele seca;
  • Escamação;

Nos bebês, afeta mais o rosto, o pescoço e as dobrinhas da perna e dos braços. Já nos adolescentes, se manifesta em algumas regiões do tronco e das pernas.

E o pior é que o prurido gera vermelhidão, e até machucados. A coceira é o mais grave dos sintomas e chega a durar até 12 horas durante as crises. Por isso, portadores desta condição podem ter problemas para executar as atividades cotidianas como dormir, trabalhar e estudar.

Elencamos a seguir algumas atitudes que podem contribuir para a diminuição dos sintomas e na melhora da qualidade de vida dos pequenos pacientes:

1 – Evite coçar:

As crises de dermatite atópica são recorrentes. Existe uma fase marcada por uma coceira intensa e as áreas afetadas soltam um líquido.

Outra fase é caracterizada pelo espessamento da pele. O ato de coçar só piora o quadro: quanto mais a criança coça, mais machucada fica a pele, criando um círculo vicioso difícil de ser interrompido.

Além disso, outras infecções podem aparecer nessas áreas em decorrência dos machucados, piorando ainda mais a situação. É fundamental que os pais fiquem atentos aos pequenos e os ensinem a controlar a vontade de coçar.

Para as crianças menores, aposte em banhos frescos para acalmar a pele e utilize luvinhas que impeçam o contato com a pele. Manter as unhas bem aparadas é imprescindível.

2 – Atenção às mudanças climáticas:

As mudanças de temperatura, tanto para o frio quanto para o calor, podem ser fatores desencadeantes da dermatite atópica.

No inverno, o hábito de tomar banhos mais quentes e prolongados piora o quadro, pois a pele fica ainda mais ressecada.

Por isso, é necessário tomar banhos rápidos com temperatura morna e usar hidratantes várias vezes ao dia, para evitar o ressecamento. Na hora de escolher a roupa, prefira casacos e malhas de algodão.

O verão requer outros tipos de cuidado. O excesso de transpiração também exige atenção especial, já que pode acarretar numa pele mais seca.

Outro fator de atenção é o ar-condicionado, que também contribui para o ressecamento da pele. A hidratação continua indispensável, principalmente depois dos banhos de mar ou piscina.

3 – Roupas sem coceira:

Como a dermatite atópica causa uma sensibilidade maior no contato com materiais sintéticos, é importante dar preferência a roupas que sejam 100% algodão.

Isso vale tanto para as crianças quanto para seus cuidadores, já que tocar o tecido é o suficiente para desencadear a reação alérgica. A lã também deve ser evitada em alguns casos.

Ao lavar a roupa, prefira sabão de coco ou neutro, ou sabão em pó em poucas quantidades. Dispense o uso de amaciantes e outros produtos que podem  ser gatilhos.

Atenção para aquelas etiquetas das roupas que costumam arranhar a pele. Recomenda-se cortá-las. Roupas apertadas e ásperas também devem ser aposentadas.

4 – Na escola:

Uma conversa com os professores pode evitar danos psicológicos maiores. Alerte a escola sobre a situação do seu filho. Isso ajudará os responsáveis a lidar melhor com o estresse que a situação pode causar no período em que seu filho estiver estudando.

É importante explicar para os colegas que a doença não é contagiosa e impedir brincadeiras que podem levar ao isolamento da criança.

5 – O tratamento:

A única maneira de tratar a dermatite atópica é procurando um médico especialista e seguindo o tratamento à risca.

Muitas vezes, a criança terá que abrir mão de hábitos e objetos do seu cotidiano, como contato com cachorros e gatos, bichos de pelúcia que acumulam poeira e, claro, usar as pomadas e tomar os comprimidos que serão prescritos.

Em casos em que o emocional da criança é comprometido, recomenda-se a psicoterapia. Se seu filho for maiorzinho, converse com ele e estabeleça um pacto de comprometimento com o tratamento.

6 – Hidratar sempre

Para quem tem dermatite atópica, a hidratação é um hábito a ser incorporado no dia-a-dia.

É importante usar um hidratante sem fragrância e optar por loções mais espessas que criam uma barreira de proteção com o ambiente.

7 – Alimentação

A alimentação merece atenção especial nestes casos. Muitas crianças, no período do desmame em que começam a se alimentar de outros alimentos, podem desenvolver algum tipo de intolerância.

É fundamental estar atento e se isso ocorrer, evitá-los. A lista de desencadeadores é grande. Os itens mais comuns são: enlatados, ovos, chocolates, corantes e conservantes.

Caso necessário, o médico deverá solicitar exames para identificar quais alimentos estão causando a alergia.

8 – Note e anote:

No dia-a-dia, é importante anotar as atividades da criança, com quais materiais e produtos ela entrou em contato e quando começaram as coceiras.

Esse “diário de bordo” vai ajudar os pais e desvendarem quais são os desencadeadores da dermatite.

9 – A hora do banho

Banhos muito quentes e longos são proibitivos, pois aumentam o ressecamento da pele.

Sabonetes de origem vegetal e sem corantes e conservantes são recomendados.

Evite buchas ou esfregar a pele no momento de secar. Após o banho, use hidratante em abundância.

10 – Converse com seu filho:

A medida que seu filho for crescendo, vá explicando a ele todos os detalhes da doença e a importância do tratamento.

O diálogo é a melhor maneira de ensinar e conscientizar.

Assim que possível, vá transferindo a responsabilidade dos cuidados para a criança, para que ela comece desde cedo a evitar o reaparecimento das crises.

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